Exercitar a mente para viver bem uma longa vida

Exercitar a mente para viver bem uma longa vida

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O Brasil é um dos países que viu sua população de idosos crescer mais rapidamente. Se em 1900, a expectativa de vida do brasileiro era de 33 anos, hoje já é de 73 anos, contra uma média mundial de 66 anos.

O que faz esse contingente de idosos, assim que se aposenta e vai para casa? Como deve ocupar seu tempo? Quais os cuidados para viver bem e saudável? Todas essas questões foram debatidas pelo coordenador técnico, sociólogo e gerontólogo Prof. Dr. Antônio Jordão Netto, do alto dos seus 80 anos, na palestra promovida pela Comissão Melhor Idade e Cultural do CRCSP, em 23 de novembro de 2017.

O palestrante foi apresentado pelo coordenador da comissão, conselheiro Joaquim Carlos Monteiro de Carvalho. Na plateia, estavam presentes os membros da comissão, conselheiros Yae Okada, João Edison Demeo, Oswaldo Pereira e o colaborador Arthur Verna. O presidente do Movimento Poético Nacional, Walter Argento, também compareceu.

Autor do projeto de criação do Programa de Educação Permanente Universidade Aberta à Maturidade, da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP), e coordenador desde 1991, o professor Jordão é a favor da “pedagogia do prazer”.

“Perdemos milhões de neurônios todos os dias”, explica Jordão, “e precisamos exercitar a mente, pois, ao contrário de outros órgãos do nosso corpo que se desgastam com o tempo, quanto mais usamos o cérebro, melhor ele fica”.

“Dizem que após os 60 anos, estamos na melhor idade, um conceito que já está sendo questionado”, lembrou o Prof. Jordão. “Acredito que a melhor idade é quando podemos ser aquilo que realmente desejamos ser, é quando aprendemos a dizer não: não quero, não posso, não é do meu interesse”.

Inspirado na Universidade de Toulouse, na França, que criou, nos anos 70 do século passado, os cursos para pessoas com mais de 60 anos, a Universidade Aberta à Maturidade aborda assuntos variados, vinculados às ciências humanas e sociais, com orientações sobre a saúde nessa faixa de idade. Pessoas a partir de 40 anos podem frequentar as aulas duas vezes por semana. Atualmente, três pessoas com mais de 100 anos estão matriculados no curso de extensão cultural.

Os alunos – que não precisam comprovar que têm diploma, não fazem prova, exame ou trabalho – também vão a visitas monitoradas a espaços culturais de São Paulo e têm atividades optativas como iniciação à língua espanhola, à língua francesa, tai-chi-chuan, danças contemporâneas e canto coral.

Ter uma rede de relações sociais, exercitar a mente, cuidar da saúde do corpo, evitando sal, açúcar, carnes vermelhas, bebidas e praticando exercícios regulares, são essenciais para uma vida longa e saudável. “Devemos também exigir respeito enquanto cidadãos maduros, fazendo valer todos os princípios e recomendações do Estatuto do Idoso”, alertou o Prof. Jordão.

Mas, como ensinou o Prof. Jordão, “pratique saúde no seu interior também, afastando a inveja, o rancor e praticando o perdão”. Ou leve a vida de acordo com o ensinamento do monge budista Dalai Lama: “Existem dois dias que não servem para nada – ontem e amanhã. Viva intensamente hoje”.

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