Mulheres no comando, um bom negócio

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Por: Juliano Muta em 30/11/19 às 06H01, atualizado em 29/11/19 às 19h41

Estudos ajudam a entender o sucesso de mulheres líderes de empresas em relação aos homens

No mercado corporativo, as mulheres já conseguiram ocupar espaços de liderança antes restritos aos homens. Mas, em termos de representatividade, ainda há grande desigualdade de gênero na cúpula de organizações. Apesar disso, estudos revelam que mesmo sub-representadas, elas apresentam desempenho superior aos homens, gerando mais resultados positivos. A Folha de Pernambuco procurou dados científicos e entrevistou especialistas para lançar luz sobre o tema e entender o sucesso das mulheres no comando de empresas.

Pesquisa recente publicada pela S&P Global demonstra que o número de líderes mulheres ainda é muito inferior ao de homens. A taxa de participação feminina em cargos de gerência sênior, por exemplo, está longe de ser igualitária. No final do ano de 2018, existiam aproximadamente 19 CEOs masculinos para cada CEO (Chief Executive Officer) do sexo feminino entre as empresas do Russell 3000 Index – índice ponderado por capitalização referência de todo o mercado de ações dos Estados Unidos.

A pesquisa recortou um período de 17 anos, entre 31 de dezembro de 2002 a 31 de maio de 2019, onde houve 5.825 novas contratações de executivos, das quais apenas 578 eram do sexo feminino. O estudo concluiu que as empresas que apostaram em mulheres tiveram maior lucratividade. (‘When Women Lead, Firms Win’, de Daniel J. Sandberg, PhD, CFA, Quantamental Research).

“Temos um longo espaço a avançar nesse percurso. O preconceito ainda existe e precisamos desmistificar a liderança da mulher, que não só tem mais efetividade, como consegue ter resultados importantíssimos”, afirma Gabriela Didier, diretora da Action, empresa especializada em desenvolvimento de pessoas. Não por acaso, Gabriela formou sua equipe apenas com mulheres com competências diversas. “A mulher é mais empática, compreensiva e colaborativa e mais estruturada no processo de compartilhamento e tem um aspecto de criatividade e abertura para o novo”, explica.

“Precisamos desmistificar a liderança da mulher”, diz Gabriela Didier, diretora da Action. –

“Das habilidades femininas de adaptabilidade, de engajar pessoas, liderar equipe, gestão de conflitos, todas são competências que vêm da relação e desenvolvimento de pessoas. Se antes a discussão era a mulher ocupar alguns espaços que não conseguia, hoje não há nada mais impossível, mesmo tendo muitos espaços a desbravar”, afirma a coach Eduarda Menelau.

Foi justamente focando em fatores como as habilidades de liderança femininas que Zengman e Folkman produziram um estudo, em 2011, usando como amostra 7.280 executivos de empresas nos Estados Unidos e espalhados por países de outros continentes, sendo 4.651 homens (64%) e 2.629 mulheres (36%). Esta pesquisa revelou que as executivas mulheres obtiveram classificação superior aos homens em todos os níveis de gestão. E quanto mais alto o nível hierárquico, maior a diferença percebida entre os gêneros.

Nas competências de liderança, houve destaque das mulheres, que superaram os homens em quase todos os tópicos, como “tomar iniciativa”, “autodesenvolvimento”, “honestidade”, conduzir a resultados”, “desenvolver outras pessoas”, “construir relacionamentos”, “trabalho em equipe”, “estabelecimento de metas”, “liderar mudanças”, “inovação”, entre outros. Há, ainda, estudos que apontam para diferenças da atividade cerebral entre homens e mulheres e como isso reflete nas habilidades comportamentais (ver infográfico).

Mesmo com essas vantagens, a alta cobrança, segundo Gabriela Didier, pode ser obstáculo. “Quando a gente está muito preocupada em não errar porque têm poucas mulheres no comando, acaba errando”, pondera.

Conhecendo seu potencial, mulheres têm a oportunidade de mudar paradigmas, afirma Eduarda. “A nossa marca pessoal está na identidade, na veia do empreendedorismo”, diz Euarda Menelau.

Fonte: https://folhape.com.br/economia/economia/blog-dos-concursos-e-empregos/2019/11/30/BLG,13508,10,574,ECONOMIA,2421-MULHERES-COMANDO-BOM-NEGOCIO.aspx

 

 

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